quarta-feira, 3 de março de 2010

Quanto Vale sua Dignidade?

A singela pergunta se deve a um fato que aconteceu comigo ontem (02/03, pois é...). Após um longo dia de trabalho, em que os minutos finais para completar as oito horas parecem durar cada vez mais; um longo percurso em direção ao ponto de ônibus; a fina e persistente garoa que caía naquele momento e a árdua espera, que sinceramente, eu não entendo: a tarifa de tempos em tempos aumenta e esse aumento não representa melhoras significativas em muitos casos (pra não dizerem que estou sendo desarrazoado, experimentem pegar alguns ônibus em dias de chuva...). Voltando; após alguns minutos de espera, eis que vem o tão esperado meio de transporte coletivo - e junto com ele, o curioso "causo". Não sei se foi devido ao turbilhão de cansados trabalhadores adentrando ao veículo, falta de costume, igenuidade, tolice ou um misto de tudo isso; ao me aproximar da catraca, simplesmente e impulsivamente liberei a passagem com meu bilhete eletrônico sem reparar que ao meu lado estava uma senhora pagando sua passagem e que esta mesma, estava para girar a catraca. Então lá vou eu dirigir minha palavra ao motorista: "Acho que fui eu quem validou a passagem ..." ao que rispidamente o motorista me interrompe se dirigindo à mulher: "Pode passar..." - Aqui vem a parte interessante e que justifica o título deste post.
Eu poderia requerer o direito da passagem que eu havia pagado e dizer ao motorista que quem deveria passar seria eu. Isto invariavelmente levaria a uma discussão provavelmente acalorada. Discussão esta, que não levaria a lugar algum, já que nenhum dos dois daria o braço a torcer e a mim sobrariam apenas duas possibilidades; descer do ônibus com todos me encarando como a um extraterrestre, ou de qualquer forma validar mais uma passagem e ter pelo resto da viagem as pessoas com cara de que havia um extraterrestre dentro do ônibus.
No entanto, eu simplifiquei minha vida, ou como diria o grande carteiro Jaiminho, eu quis "evitar a fadiga" e simplesmente ignorei as opções acima, deixei a mulher passar e paguei novamente minha passagem. Minha dignidade não custa apenas R$2,50. E não vai ser deixada de lado por qualquer eventualidade que surgir.

2 comentários:

  1. O que Posso comentar a cerca disso né...Lembro-me de um filme que pode retratar bem o que ocorreu contigo "Quanto Vale ou é Por Quilo ?"....mas exalto sua ATITUDE - isso sim que é ser digno de respeito

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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